Figura: http://www.ohchr.org/ |
Por Levi Freire Jr.
Se analisarmos a história das relações internacionais e examinarmos as origens do conceito de "América Latina" iremos perceber que nem os intelectuais e tão pouco os governos hispano-americanos e brasileiros consideravam o Brasil parte da "América Latina".
Ao analisarmos o ensaio de John Leddy Phelan intitulado Pan-Latinism, French Intervention in Mexico (1861-7) and the Genesis of the Idea of Latin America constataremos que o conceito "América Latina" é de origem francesa. A expressão "Amérique latine" era utilizada pelos intelectuais franceses para justificar o imperialismo francês no México sob domínio de Napoleão III. Os franceses argumentavam que existia uma afinidade cultural e linguística, uma unidade entre os povos latinos.
Ainda de acordo com Phelan, a primeira vez que foi usada a expressão "Amérique latine", foi em um artigo de L. M. Tisserand intitulado Situation de la latinité, publicado em janeiro de 1861 na Revue des Races Latines.
É prudente reafirmarmos que nenhum dos políticos, intelectuais e escritores hispano-americanos que primeiro utilizaram a expressão "América Latina", e nem seus equivalentes franceses e espanhóis, incluíam nela o Brasil. "América Latina" era simplesmente outro nome para América Española.
Ainda dentro de um contexto histórico ao lembrarmos os governos brasileiros do Segundo Reinado (1840- 1889) verificaremos que estes não se identificavam com a América Espanhola, Hispanoamérica ou "América Latina", e nem com os inúmeros projetos dos países vizinhos de união interamericana. O Brasil, com sua costa Atlântica imensa, pertencia ao mundo atlântico, e suas principais ligações políticas e econômicas eram com a Grã-Bretanha, enquanto suas ligações culturais eram com a França e, em menor proporção, com Portugal.
Então, quando foi que o Brasil finalmente começou a fazer parte da "América Latina"?
Quando os Estados Unidos, e por extensão a Europa e o restante do mundo, passaram a considerar o Brasil parte integrante de uma região chamada Latin America, começando nos anos 1920 e 1930, mas principalmente durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. E quando, ao mesmo tempo, os governos e intelectuais hispano-americanos passaram a incluir o Brasil no seu conceito de "América Latina.
Atualmente a America latina é composta por 21 países e Ainda por 11 territórios que não são independentes, portanto não podem ser considerados países, mas, ainda assim, latinos. O castelhano ou espanhol é falado por 62% dos latino-americanos, mas apenas 54% o têm como língua materna. É também a única língua oficial de 16 dos 21 países latino-americanos. As cinco exceções são: Brasil (português), Haiti (francês), Porto Rico (duas línguas oficiais: espanhol e inglês), Paraguai (espanhol e guarani) e Peru (espanhol, quéchua e aimara).
Nos dias atuais discussões ainda suscitam dúvidas a cerca se de fato o Brasil é parte da America Latina. Com isto A Comissão Organizadora do 2º Culturas, Linguagens e Interfaces Contemporâneas criou a oportunidade através de uma mesa redonda para debater o tema “O Brasil que não é da América Latina” como evento prévio do CLIC 2012. E para compor a mesa foram convidados o Prof. Dr. Fábio Castro, Raphaela Gonçalves e o Guia de Turismo Levi Freire Jr.
Ao analisarmos o ensaio de John Leddy Phelan intitulado Pan-Latinism, French Intervention in Mexico (1861-7) and the Genesis of the Idea of Latin America constataremos que o conceito "América Latina" é de origem francesa. A expressão "Amérique latine" era utilizada pelos intelectuais franceses para justificar o imperialismo francês no México sob domínio de Napoleão III. Os franceses argumentavam que existia uma afinidade cultural e linguística, uma unidade entre os povos latinos.
Ainda de acordo com Phelan, a primeira vez que foi usada a expressão "Amérique latine", foi em um artigo de L. M. Tisserand intitulado Situation de la latinité, publicado em janeiro de 1861 na Revue des Races Latines.
É prudente reafirmarmos que nenhum dos políticos, intelectuais e escritores hispano-americanos que primeiro utilizaram a expressão "América Latina", e nem seus equivalentes franceses e espanhóis, incluíam nela o Brasil. "América Latina" era simplesmente outro nome para América Española.
Ainda dentro de um contexto histórico ao lembrarmos os governos brasileiros do Segundo Reinado (1840- 1889) verificaremos que estes não se identificavam com a América Espanhola, Hispanoamérica ou "América Latina", e nem com os inúmeros projetos dos países vizinhos de união interamericana. O Brasil, com sua costa Atlântica imensa, pertencia ao mundo atlântico, e suas principais ligações políticas e econômicas eram com a Grã-Bretanha, enquanto suas ligações culturais eram com a França e, em menor proporção, com Portugal.
Então, quando foi que o Brasil finalmente começou a fazer parte da "América Latina"?
Quando os Estados Unidos, e por extensão a Europa e o restante do mundo, passaram a considerar o Brasil parte integrante de uma região chamada Latin America, começando nos anos 1920 e 1930, mas principalmente durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. E quando, ao mesmo tempo, os governos e intelectuais hispano-americanos passaram a incluir o Brasil no seu conceito de "América Latina.
Atualmente a America latina é composta por 21 países e Ainda por 11 territórios que não são independentes, portanto não podem ser considerados países, mas, ainda assim, latinos. O castelhano ou espanhol é falado por 62% dos latino-americanos, mas apenas 54% o têm como língua materna. É também a única língua oficial de 16 dos 21 países latino-americanos. As cinco exceções são: Brasil (português), Haiti (francês), Porto Rico (duas línguas oficiais: espanhol e inglês), Paraguai (espanhol e guarani) e Peru (espanhol, quéchua e aimara).
Nos dias atuais discussões ainda suscitam dúvidas a cerca se de fato o Brasil é parte da America Latina. Com isto A Comissão Organizadora do 2º Culturas, Linguagens e Interfaces Contemporâneas criou a oportunidade através de uma mesa redonda para debater o tema “O Brasil que não é da América Latina” como evento prévio do CLIC 2012. E para compor a mesa foram convidados o Prof. Dr. Fábio Castro, Raphaela Gonçalves e o Guia de Turismo Levi Freire Jr.
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