Marcadores

\ (1) Alagoas (1) Alemanha (2) Amapá (1) Amazônia (85) América do Sul (1) Antes de Viajar (14) Apresentação (5) Aracaju (7) Argentina (6) Ásia (19) Bahia (28) Bares e Restaurantes (9) Belém (107) Bélgica (2) Belo Horizonte (3) Benevides (7) Berlin (1) Brasil (247) Brasília (15) Bruges (1) Bruxelas (1) Buenos Aires (3) Café (1) Campina Grande (2) Cancun (1) Ceará (7) Chile (1) Círio de Nazaré (9) Ciudad de México (3) Colômbia (1) Cruzeiros (1) DENÚNCIAS (19) Dicas (51) Disney (4) Documentação (9) Ecoturismo (28) Entrevistas (9) Espanha (4) Europa (60) Eventos (10) Fernando de Noronha (25) Florianópolis (1) Florida (8) Fortaleza (5) França (12) Gay Friendly (1) Goiânia (9) Goiás (9) Guia de Turismo (62) Histórias de Vida (31) Hotéis (4) Ilhas (35) Israel (32) Istambul (2) Itália (14) Jerusalém (20) João Pessoa (1) Legislação (6) Lisboa (17) Macapá (2) Madrid (1) Maranhão (12) México (4) Miami (3) Milão (1) Minas Gerais (1) Mônaco (2) Museus (19) Natal (6) New York (1) News (24) Ordenamento Jurídico (4) Ordenamento Turístico (4) Oriente Médio (25) Orlando (7) Palestina (2) Palestras (3) Palmas (2) Pará (116) Paraguai (1) Paraíba (3) Paris (12) Pernambuco (28) Porto Alegre (2) Porto Seguro (2) Portugal (30) Praias (25) Recife (2) Restaurantes (4) Rio de Janeiro (6) Rio Grande do Norte (7) Rio Grande do Sul (4) Roma (8) Salvador (23) Santa Catarina (2) Santa Cruz Cabrália (2) Santuário (1) São Luís (4) São Paulo (15) Sensibilização (3) Sergipe (7) Série Especial Israel (7) Tocantins (4) Toledo (1) Turismo Religioso (3) Turquia (4) Uruguai (1) USA (13) Vaticano (4) Veneza (1) Vídeo (16) Vitória (1)

Faça sua pesquisa aqui:

domingo, 27 de março de 2011

Ver-o-Peso faz aniversário de 384 anos - Levi Freire Jr

Hoje, o Ver-o-Peso faz aniversário de 384 anos, ainda com o título de principal cartão postal de Belém. São quase quatro séculos presente no imaginário do paraense. Mais do que a face de Belém, o complexo do Ver-o-Peso é uma mistura dos mais variados personagens do cotidiano da cidade, por meio das mais distintas relações de trabalho e sabedoria.


 
É o pescador que chega antes do amanhecer para abastecer as feiras e supermercados da capital, o vendedor que compra o pescado para revender ali mesmo, na pedra do Ver-o- Peso ou no Mercado de Ferro; o dono da banca que fornece o peixe frito na feira, junto com o açaí que vem das ilhas e é distribuído para toda a Região Metropolitana.




Em meio a todo esse movimento, estão as vendedoras de ervas, que fornecem sabedoria popular, junto com banhos e perfumes para atrair sorte, casamentos, prosperidade e saúde.


É esta a economia que circula pelo Ver-o-Peso e que despertou a atenção da antropóloga Wilma Leitão, da Universidade Federal do Pará (UFPA), ‘O Ver-o-Peso é o mundo do trabalho, não somente porque funciona 24 horas por dia, durante o ano inteiro, como também por apresentar diferentes relações de trabalho’, frisou a pesquisadora. Ela reuniu em um livro, intitulado ‘Ver-o- Peso: Estudos antropológicos no mercado de Belém”, a produção intelectual de diversos pesquisadores que voltaram os seus estudos para o principal cartão postal de Belém.




 
‘O Ver-o-Peso é um campo de estudos que sintetiza a felicidade para sociólogos e antropólogos. Nele podemos estudar os aspectos religiosos, políticos, sociais e culturais’, apontou. Apesar de ser o cartão postal que mais traduz a face de Belém a pesquisadora prefere não afirmar que todo belenense conhece o Ver-o- Peso. “O Ver-o-Peso está completamente no imaginário do belenense, mas isto não significa que todos os que morem em nossa cidade conhecem os componentes do Ver-o-Peso, que são as frutas, as ervas, os cheiros, os sabores; tudo o que define os nossos produtos regionais”.


Neste sentido, o Ver-o-Peso serve de objeto de estudo por concentrar num único universo regional produtos, costumes, formas de falar, de se cumprimentar, de negociar e se relacionar. “Tudo o que o pesquisador quiser tem ali”, brincou Wilma.


Para ela, o que difere o Ver-o- Peso das demais feiras livres que existem na América Latina não é a sua dimensão, e sim o hábito e os costumes que nele existem. “Uma característica bem comum é a prática de se falar que os produtos vendidos no Ver-o-Peso são os de melhor qualidade”, observou.


Esta pratica fortalece a confiança entre consumidor e feirante. “O consumidor que frequenta o Ver-o-Peso é habitual. Ele vai sempre lá. Praticamente só compra no Ver-o-Peso”. No aspecto da geração de renda - uma das particularidades levantada pela antropóloga - o Ver-o-Peso apresenta uma característica bem peculiar, que é a relação entre renda e escolaridade dos feirantes. “Muitas pessoas acreditam que aqueles trabalhadores estão ali porque não tem estudo. De fato, podem até não ter, mas no final do mês, se a gente for perceber, a renda deles é tão igual, muitas vezes superior, a de quem tem graduação. Querendo ou não,isto é uma particularidade”, analisou.


Por atender as necessidades de vendedores, consumidores e comerciantes, o Veropa, como também é chamada a feira livre, consegue se autorregular diariamente. “Um exemplo disto são as erveiras, que às vezes compram de mateiros e depois vendem para o consumidor direto e até para comerciantes”, observou.




Quanto ao artesanato vendido na feira do Ver-o-Peso, poucos são para consumidores. “Os produtos artesanais são vendidos para outros artesãos, que revendem o que encontram ao recorrer ao Ver-o-Peso para ter matéria-prima”, comentou Leitão.



Figuras

Neste cenário de autorregulação, relações socioeconômicas de hábitos e culturas, Wilma Leitão chama atenção entre os personagens que circulam diariamente pela feira do Ver-o-Peso. Um deles é o carregador, figura que, para a antropóloga, é conhecedora de técnicas e que transita por entre os mais diversos atores sociais.

“O carregador tem um papel fundamental para o abastecimento das barracas, além disso, serve aos consumidores. São trabalhadores que exercem um cargo de confiança tanto do peixeiro quanto do consumidor”, ressaltou.


Outro personagem é o feirantes, cuja paixão pelo local de trabalho se destaca.

“É comum a gente encontrar feirantes que dizem que o Ver-o-Peso é a vida deles. Com o que ganham lá, sustentam os filhos. Aprenderam com os pais a trabalhar na feira e hoje ensinam os filhos”, comprovou Wilma.


Outro personagem é a pessoa que vai regularmente à feira, e que ajuda aquele espaço a se renovar dia e noite.


Fonte: O Liberal

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...