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quinta-feira, 29 de março de 2012

Passeio Turístico em Belém & a Luta Contra o Câncer by Levi Freire Jr


O Programa prosseguir é uma ação sócio educativa inclusiva, que tem por objetivo dar continuidade ao processo de desenvolvimento, ensino e aprendizagem as crianças e adolescentes em tratamento quimioterápico no hospital Ofir Loyola/Pa. As aulas são ministradas no próprio hospital. O Projeto foi idealizado pela pedagoga Izabel Oliveira e é Pioneiro no Pará em classe hospitalar.


Em Frente ao HOL - O Guia Levi Freire Jr,  a Pedagoga Izabel Oliveira e o Motorista Aquiles


O projeto se tornou em Escola Prosseguir se solidificando ao longo do ano de 2003, há 09 anos. Além de assegurar que crianças e adolescentes que fazem tratamento Oncológico no hospital Ophir Loyola/Pa tenham o Direito Constitucional de acesso a educação, tem trazido muito mais: o direito da dignidade humana qual é muito mais abrangente!
  
O Programa Prosseguir idealizado em 2003 pela pedagoga Izabel Oliveira ( no detalhe a esquerda) tem resgatado a dignidade de crianças e adolescentes que lutam contra o Câncer.  Na foto, em destaque, o jogador de futebol Ganso. 

Quando a professora Izabel Oliveira me convidou para realizar o primeiro City Tour por Belém do Pará em outubro de 2003 ela teve certa dificuldade para me convencer, pois, como nunca tinha tido qualquer experiência com o público qual estaria guiando não fazia a menor ideia de como iria me comportar, mas como foi um pedido da amiga Izabel resolvi aceitar o desafio e desta forma contribuir com este lindo projeto. A experiência foi maravilhosa principalmente pela forma como aquelas crianças e adolescentes me acolheram, foi especial. A partir daí não parei mais e outras experiências vieram.


Alunos, Professores e pais na Estação das Docas - Belém/Pa 

Fazer um city tour por Belém com este público requer muitos detalhes, não é simplesmente: Vamos sair com as crianças e adolescentes e fazer um City Tour? Há exatamente um ano realizamos um tour por Belém. E dentre as logísticas que são praxes de um tour existem as especificas para este público como o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar de saúde.

Equipe Multidisciplinar de Saúde, alunos, Pais e Professores na Praça da República escutando atentamente as informações passadas pelo Guia de Turismo Levi Freire Jr

A atividade do city tour foi realizado com alunos do nível fundamental e do ensino médio e teve como escopo proposta pedagógica :"aluno educado, patrimônio preservado", qual foi trabalhado em sala de aula durante o mês de março 2011 por uma competente equipe de professores. Com o city Tour foi possível contextualizar o que fora visto em sala de aula.



Levi Freire Jr falando aos alunos do Programa Prosseguir sobre a história, arquitetura e curiosidades do Teatro da Paz

O roteiro escolhido contemplou a visitação do Teatro da paz, a Estação das docas e o complexo Feliz Luzitânia. Relato da professora Lucylya Flexa:

O trabalho foi muito importante para aquisição de novos conhecimentos dos alunos, uma vez que a maioria deles são oriundos do interior do estado e de outros estados e não conhecem a cidade onde realizam o tratamento.

Além da história dos locais visitados, o guia de turismo Levi Freire Jr, contou aos alunos, pais e professores, presentes nesta atividade, algumas informações sobre as ruas, o mercado de São Braz, o terminal rodoviário, o Palácio Bolonha , a Praça da República, o Monumento do Gov. Magalhães Barata, a Colonização Japonesa no Pará, a Assembléia de Deus – Igreja Mãe no Brasil, o túnel de mangueiras, o Ver- O-Peso, a Praça Batista campos, a Igreja da sé, o Círio de Nazaré, a Basílica de Nazaré,o Colégio Gentil Bittencourt, o museu Emílio Goeldi e a Residência do Governador.

Ainda de acordo com a professora Lucylya ao retornarem à escola, os alunos fizeram uma narração oral e alguns fizeram na forma escrita sobre a importância da atividade para o seu aprendizado.




Levi Freire Jr ao finalizar o passeio recebe vários abraços de agradecimento, na foto com um dos alunos da Escola Prosseguir. Um abraço como este não tem preço!



A partir desta vivência e com o escopo de compartilhá-la com outros profissionais, e desta forma difundir a ideia, é que resolvemos submeter um trabalho científico sob o título PROJETO PROSSEGUIR: práticas possíveis de saúde e educação na Amazônia para apreciação da COMISSÃO CIENTÍFICA do XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA que será realizado no Centro de Convenções – Natal-RN no período de 17 a 20 de Abril de 2012. O trabalho foi aceito e estaremos na capital potiguar para apresentarmos o mesmo que tem como Autora: CARNEIRO, R. de C. M.* e Co-autores: OLIVEIRA, I. C. F.¹ , OLIVEIRA JUNIOR, L. F.² FRANÇA JUNIOR, R. de M.³
 
Pediatra Oncológica do Hospital Ophir Loyola
¹Idealizadora do Projeto Prosseguir Hospital Ophir Loyola
² Guia de Turismo – Ministério do Turismo
³ Secretaria de Educação do Estado do Pará





Sight Seeing in Belém & the Fight Against Cancer by Levi Freire Jr

Students, parents and teachers of the docks station during the city tour

The program Prosseguir (in english: Continue) pursuing a social action inclusive education, which aims to continue the process of development, learning and teaching children and adolescents undergoing chemotherapy in hospital Ofir Loyola / Pa. Classes are held in the hospital. The project was designed by the educator Izabel Oliveira and is pioneer in Pará State in hospital class.

The project became a school during the year 2003, 09 years ago, and continued to solidify. Besides ensuring that children and adolescents undergoing treatment in hospital Ophir Loyola Oncology in the City of Belem - Brazil have the Constitutional Right of access to education, has brought much more: the right of human dignity which is much more comprehensive!

When the teacher Isabel Oliveira asked me to hold the first City Tour of Belém do Pará in October 2003 she had some difficulty to convince me, because, as he had never had any experience with the public which was driving had no idea how I would behave, but as a request of a friend of mine (Izabel) and decided to accept the challenge and thus contribute to this beautiful project. The experience was wonderful, especially the way those children and adolescents welcomed me, was special. From then on I never stopped and other experiences came. Make a city tour of Belém with this audience requires many details, is not simply: Let's get out with children and adolescents and make a City Tour? Exactly one year ago we conducted a tour of Belém and logistics are among the praxes of a tour there are specific to this audience as the monitoring of a multidisciplinary health team. The activity of the city tour was conducted with students from elementary and high school and had scoped pedagogical "educated student, heritage preserved," which was worked in the classroom during the month of March 2011 by a competent team of teachers. Tour the city could contextualize what had been seen in the classroom.

The route chosen included the visitation of the theater of peace, the docks and the complex Feliz Luzitânia. Report of teacher Lucylya Flexa:

The Tour Guide Levi Freire Jr giving information of the theater of peace
The work was very important to acquire new knowledge of the students, since most of them hail from the state and other states and do not know the city where they perform the treatment.

In the history of sites visited, the tour guide Levi Freire Jr, told the students, parents and teachers present at this activity, some information about the streets, the market of Sao Braz,  Bologna Palace, the Repuplic Square, the Monument of Gov. Magalhães Barata, the Japanese Colonization in Pará State, the Assembly of God - Mother Church in Brazil, the tunnel of  the mango trees, the Ver-O-Peso Complex, the Batista Campos Square, Cathedral, the Cirio of  Nazareth 
( Pilgrimage which occurs on the second Sunday in October), Basilica of Nazareth, the High School Gentil Bittencourt, the Emilio Goeldi Museum and the Governor's Residence.

Also according to the teacher Lucylya to return to school, the students made an oral narration and some made in written form about the importance of activity for their learning.

From this experience and with the scope to share it with other professionals, and thus spread the idea is that we decided to submit a scientific paper under the heading PROJECT Prosseguir (in english CONTINUE): possible health practices and education in the Amazon, for consideration of the SCIENTIFIC COMMITTEE XIII BRAZILIAN CONGRESS OF PEDIATRIC ONCOLOGY that will be held at the Convention Center - Natal RN-in period of 17 to 20 April 2012. The paper has been accepted and will be in Natal to present the same whose Author: Carneiro, R. C. M. * and Co-Authors: Oliveira, I. C. ¹ F., OLIVEIRA JUNIOR, L. ² F. FRANCE JUNIOR, R. ³ M


Pediatric Oncology Ophir Loyola Hospital
¹Creator of the Project Continue Ophir Loyola Hospital
² Tour Guide of the Ministry of Tourism of the Brasil 
³ Departament of education of the Pará State - Seduc




quarta-feira, 28 de março de 2012

“Colombia, o perigo é você querer ficar” by Levi Freire Jr

A Colômbia é um país da América do Sul que disponibiliza ao turista: praias, selvas, montanhas, rios, desertos, e vários tipos de climas o que propicia uma incrível biodiversidade. O povo Colombiano é conhecido por sua hospitalidade e pelo calor humano, típico no sul-americano!Mesmo com todas estas prerrogativas e qualidades apresentadas sobre este país o turista ainda reluta em viajar pela Colômbia. Ao longo dos anos paradigmas sobre a Colômbia foram criados, apresentados e instituídos à comunidade Internacional como verdades supremas, dentre eles podemos reputar como principal: a insegurança! No entanto, se faz necessário citarmos que a violência está além das fronteiras quais nossos paradigmas foram limitados. Nesta mesma guisa podemos citar cidades turísticas brasileiras que vivem com o estigma de serem cidades violentas, como: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Belém e muitas outras. É fato que existe um exagero dos meios de comunicação e até uma distorção da verdade sobre a violência produzida nestas cidades. Não estamos falando que a violência e o perigo não existam, o que estamos argumentando é que o perigo existe em qualquer lugar, em qualquer cidade turística ou não. A violência hoje está diretamente envolvida com fatores que vão muito além do narcotráfico ou de forças revolucionárias armadas. Infelizmente, a insegurança e a violência são causadas por uma série de fatores que vão além dos produzidos pela imprensa internacional.

O Governo Colombiano com o objetivo de se inserir em um setor, Turismo, que tem registrado um dos maiores crescimentos, criou campanhas de marketing inteligentemente produzidas para desmistificar o perigo de se visitar um país que durante a década de 1980 sofreu profundamente com o narcotráfico e com as ameaças das FARC. Ministério do Comércio da industria e Turismo criou um slogan, qual já foi traduzido para diversos idiomas, e tem rodado o mundo através da Proexport Colômbia, para mostrar e provar que:


“Colombia, el riesgo es que te quieras quedar”

“Colombia, the only risk is wanting to stay”

“Colombia, o perigo é você querer ficar”

Levi Freire Jr

Colombia is a country in South America that offers tourist beaches, jungles, mountains, rivers, deserts, and various types of climates which provides an incredible biodiversity. The Colombian people is known for its hospitality and warmth, in typical South American! Even with all these powers and qualities presented on this country tourists are reluctant to travel in Colombia. Over the years, paradigms on Colombia were created, presented and introduced to the international community as ultimate truths, among them we deems as the principal: the insecurity! However, it is necessary to cite that violence is beyond our borders which were limited paradigms. In the same guise we mention tourist cities in Brazil living with the stigma of being violent cities, such as Rio de Janeiro, Sao Paulo, Salvador, Recife, Belem, and many others. It is a fact that there is an exaggeration of the media and even a distortion of the truth about the violence produced in these cities. We're not talking about the violence and danger does not exist, what we are arguing is that the danger exists anywhere in any tourist town or not. The current violence is directly involved with factors that go far beyond drug trafficking or armed revolutionary forces. Unfortunately, insecurity and violence are caused by a number of factors that go beyond those produced by the international press. The Colombian government in order to enter into an industry, tourism, which has recorded the largest growth, created marketing campaigns intelligently produced to demystify the danger of visiting a country that during the 1980s suffered deeply in drug trafficking and with the FARC threats. Ministry of Commerce Industry and Tourism has created a slogan, which has been translated into several languages, and has turned the world through Proexport Colombia, to show and prove that: "Colombia, the only risk is wanting to stay"



Vídeo in English:



Vídeo en Español:


La Colombie est un pays en Amérique du Sud qui offre des plages touristiques, des jungles, montagnes, rivières, déserts, et divers types de climats qui fournit une incroyable biodiversité. Le peuple colombien est connue pour son hospitalité et la chaleur, dans le typique d'Amérique du Sud! Même avec tous ces pouvoirs et les qualités présentées sur ce pays touristes hésitent à se rendre en Colombie. Au fil des ans, les paradigmes sur la Colombie ont été créées, a présenté et mis en place à la communauté internationale comme des vérités ultimes, parmi eux, nous considère comme étant le principal: l'insécurité! Cependant, il est nécessaire de citer que la violence est au-delà de nos frontières qui étaient les paradigmes limitées. Dans le même prétexte, nous parler de villes touristiques dans la vie du Brésil avec le stigmate d'être violents, les villes comme Rio de Janeiro, Sao Paulo, Salvador, Recife, Belem, et bien d'autres. Il est un fait qu'il ya une exagération des médias et même une distorsion de la vérité sur la violence produite dans ces villes. Nous ne parlons pas de la violence et le danger n'existe pas, ce que nous disons, c'est que le danger existe partout dans toute ville touristique ou non. La violence actuelle est directement impliqué avec les facteurs qui vont bien au-delà le trafic de drogue ou de forces armées révolutionnaires. Malheureusement, l'insécurité et la violence sont causées par un certain nombre de facteurs qui vont au-delà celles produites par la presse internationale. Le gouvernement colombien en vue de conclure une industrie, le tourisme, qui a enregistré la plus forte croissance, des campagnes de marketing créés intelligemment produites à démystifier le danger de l'apparition dans un pays qui au cours des années 1980 a souffert profondément dans le trafic de drogue et avec les menaces des FARC. Ministère de l'Industrie du Commerce et du Tourisme a créé un slogan, qui a été traduit en plusieurs langues, et a transformé le monde à travers Proexport Colombia, de montrer et de prouver que: La Colombie, le seul risque est de vouloir rester.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O Turismo e o MERCOSUL by Levi Freire Jr

Por Levi Freire Jr


 
Introdução - Conceitos, Estudos e Análises

 
Primeira página do Jornal do Brasil em 27 de Março de 1991

O MERCOSUL nasceu há 21 anos e foi criado com o objetivo de estabelecr um mercado comum na America do Sul, um dos seus primeiros desafios era estabelecer uma união aduaneira entre os países signatários, qual facilitaria o aumento do volume de negócios na região através da “livre” circulação de bens e serviços. No entanto, os processos estão mergulhados em uma grande burocracia e pouco se tem avançado, isto se tomarmos como referência as expectativas desde a assinatura do Tratado de Assunção em 26 de março de 1991, pelos então presidentes Carlos Menem (Argentina), Fernando Collor de Mello (Brasil), Andrés Rodríguez (Paraguai) e Luis Alberto Lacalle (Uruguai). Mas é importante lembrarmos que a idéia foi concebida, ainda nos anos 1980 com o escopo de consolidar a democracia incipiente nos países-membros, ainda traumatizada por ditaduras militares recém extintas.

Sabemos que o MERCOSUL é marcado por crises e problemas causados pelas grandes diferenças existentes entre os países-membros, e manter o equilíbrio de interesses não tem sido tarefa fácil. Mas, se as expectativas quanto ao projeto original não vêm sendo atendidas temos em contraponto o crescimento do turismo na região. Recentemente, entre os dias 07 e 11 de março de 2012, na Feira Internacional de Turismo de Berlim http://www.itb-berlin.de/en/, foram divulgados números quais mostram que em 2011 o MERCOSUL faturou com o turismo cerca de 15 bilhões de dólares. Vale ressaltarmos que tal crescimento é mais o reflexo do bom momento da economia brasileira do que com a integração propriamente dita do Mercado Comum do Sul – MERCOSUL.

Nesta abordagem iremos relacionar pontos importantes do turismo para os países do MERCOSUL e países associados. Dando ênfase para o Brasil como centro receptor e emissor de turistas.


A Economia Brasileira, O MERCOSUL e o Crescimento do Turismo

O bom momento da economia brasileira tem possibilitado um maior crescimento de turistas que se lançam em desbravar novos destinos. Sonhos de uma viagem outrora impossíveis agora se tornam reais e é cada vez maior o número de brasileiros pelo mundo. Em princípio e sem a necessidade de pesquisas mais profundas podemos constatar tal demanda ao nos depararmos com a variedade de pacotes turísticos que são disponibilizados de todas as formas, inclusive pelas famosas compras em grupo da internet que se apresentam irresistíveis e imbatíveis quanto ao preço.



Na feira Internacional de Turismo de Berlim que aconteceu entre os dias 07 e 11 de março de 2012 foram divulgados números expressivos que colocam o MERCOSUL, qual o Brasil é Estado Membro, em uma situação favorável ao turismo no que tange ao faturamento em 2011. De acordo com os responsáveis pelo turismo na America do Sul o faturamento do MERCOSUL foi de 15 bilhões de dólares.


Em 2011 o Brasil recebeu 5 milhões e meio de turistas e somou mais de 6,7 bilhões de dólares o que representa 3,3 % do PIB nacional. De acordo com o Ministério de Turismo Brasileiro esse fator acompanha o resultado das políticas econômicas e sociais que permitem a população usufruir de uma economia estável favorecendo o aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas.

O turismo em outros países do MERCOSUL também atingiram valores consideráveis, por exemplo, a Argentina alcançou 6 bilhões de dólares sendo o turismo considerado como o terceiro maior mercado do país. O Chile que vem crescendo gradativamente recebeu em 2011 900 mil turistas estrangeiros o que corresponde a 3,2% do PIB daquele país.


Com tantos fatores favoráveis foi inevitável cruzar fronteiras e dentre elas as de nossos vizinhos, como os que compõem o MERCOSUL: Argentina, Paraguai, Uruguai e a Venezuela que é Estado parte em processo de adesão. Além dos Estados Associados ao MERCOSUL que são Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru e o México no papel de país observador.

 
Levi Freire Jr na cidade de Uruguayana - Rio Grande do Sul - Fronteira Brasil com Argentina. Burocracia na entrada, aguardando liberação das autoridades argentinas.

Muitos atribuem o crescimento do turismo ao MERCOSUL, mas tratar o turismo desta forma é encará-lo de maneira leviana. Na medida em que nossas pesquisas avançam percebemos que este é um fenômeno muito mais voltado para a economia e para uma comportamento da vida moderna onde as pessoas através das viagens, muito mais acessíveis, procuram conhecer outros países. Tudo isto aliado a necessidade de se qualificar através de intercâmbios estudantis e culturais, através do turismo de negócios, do turismo de eventos e de outras formas de se fazer turismo quais estão pautadas nas exigências e ditaduras de um mundo globalizado.

Levi Freire Jr no Puerto Madero um dos principais pontos turisticos da Cidade de Buenos Aires - Argentina. Ao fundo a campanha de divulgação do Brasil como Destino turístico promovido pela Embratur: "Brasil te llama - Celebrá la Vida aqui"



O MERCOSUL e a União Européia - Modelos Diferentes



Ao afirmarmos que o MERCOSUL, quanto bloco econômico, não tem contribuído diretamente com o turismo é por ser perceptível que a institucionalização deste ainda é fraca, há poucos direitos comunitários, apesar de sabermos que os direitos comunitários são uma evolução e aperfeiçoamento do direito da integração tanto é que o direito comunitário tem sua origem na União Européia, modelo este que o MERCOSUL ainda está longe de atingir.


É importante citarmos que diplomatas, estudiosos de America Latina e acadêmicos da Universidade de Oxford em Londres advertem sobre a comparação que não deve ser feita entre MERCOSUL e União Européia, pois a entidade não foi criada tendo como modelo a União Européia que é um modelo político. A união européia teve como eixo básico de criação a relação França e Alemanha que é uma relação de equivalentes, no caso do MERCOSUL o Brasil exerce um peso excessivo.

Talvez uma das poucas coisas que possam ser comparadas é que ambos os blocos rejeitam as leis supranacionais que é uma forma de direito Internacional baseada na limitação dos direitos das nações soberanas sobre as outras.

Como o quarto bloco econômico regional do mundo, apesar de alguns dizerem que já perdeu este posto, o MERCOSUL enfrenta muitos problemas dentre elas as instabilidades políticas e econômicas. Ainda não conseguiu atingir a sua meta de ser um Mercado Comum que seria a terceira fase do processo de integração. O MERCOSUL Ainda está na segunda fase e de forma incompleta, ainda está como União Aduaneira.

Para melhor ilustramos elencamos abaixo as fases do processo de integração:



1-Zona de Livre Comércio;

2-União aduaneira - O MERCOSUL está nesta fase - Imperfeita;

3-Mercado comum - O objetivo "final" do Mercosul é chegar nesta fase;

4-União econômica e monetária - A União européia está nesta fase;

5-União Política - O objetivo da união Euroéia é chegar nesta fase, mas para isto terá que dentre vários pontos, concordar com leis Supranacionais.


É notório o crescimento do turismo, mas será que está diretamente ligada ao MERCOSUL e suas supostas beneficias aos nacionais dos países-membros?


É fato que desde assinatura do Tratado de Assunção ainda é necessário muito para que o Mercosul tenha uma efetividade nas políticas externas e internas. Apesar do turismo ter crescido, a burocracia qual ainda O MERCOSUL está mergulhado é um fator que se levanta contra ao crescimento do turismo. As fronteiras ainda são um problema e apesar de não haver obrigatoriedade na apresentação de um passaporte, entre os Nacionais dos países membros, as exigências de entrada e saída ainda se colocam de forma retrograda diante da proposta de integração dos Estados.

Ao aprofundarmos os nossos estudos entendemos que o crescimento do Turismo está mais relacionado com politicas internas de cada País e não especificamente ao MERCOSUL, pois quando analisamos a sua gênese e o seu desenvolvimento percebemos que infelizmente não está de acordo com aquilo para qual foi criado.




sábado, 17 de março de 2012

Um passeio por Nápoles antes de ir para Capri by Levi Freire Jr

É muito comum ir a Ilha de Capri a partir de Roma naqueles passeios de um dia, “bate e volta”! Sempre achei que seria muito cansativo e desgastante e que não valeria sacrificar um dia em Roma para enfrentar 226 km até Nápoles  e de lá ainda navegar pelo Mar ......  Em mais uma visita na cidade de Roma , decidi que já era hora de quebrar este paradigma e coloquei o pé na estrada. 

O Guia Levi Freire Jr em Roma partindo com o Guia regional Andrea para Nápoles

Eu e meu grupo começamos a viagem antes do nascer do sol, pois precisávamos chegar até a cidade de Nápoles em tempo para pegarmos nossa embarcação.  Fomos de ônibus, mas existe a opção também de trem. Após 2h horas chegamos nesta linda cidade.
  

O Guia Levi Freire Jr com seu grupo. Ao fundo o Golfo de Nápoles e “Castel dell'Ovo”

Fizemos uma paradinha para tirar uma foto tendo como fundo o Golfo de Nápoles e “Castel dell'Ovo” que é um dos mais antigos castelos da cidade. Foi o palácio real até o inicio do século XVI, localiza-se no ilhéu de Megáride. A origem de seu nome está ligado a uma antiga lenda em que o poeta latino Virgílio, considerado um mago durante a idade média, havia escondido em segredo um ovo mágico que manteria a fortaleza de pé. Se o ovo viesse a quebrar, a cidade de Nápoles sofreria uma serie de catástrofes, além de o castelo vir abaixo.

Levi Freire Jr com parte do Grupo no porto de Nápoles


Continuamos nossa viagem, pois, a bem da verdade, Nápoles seria somente uma conexão para chegarmos a Ilha de Capri e por isto fomos direto ao porto onde nosso guia Local, uma linda Italiana, legitimamente Napolitana, nos aguardava e já havia reservado os tickets do barco para as 11h20min. Apesar de existir as opções do Hydrofoi e ferryboat com saídas freqüentes o embarque não aconteceu, pois, existia muita gente e a organização Italiana no Porto não é das melhores.



Levi Freire Jr  com o guia  da Cidade de Nápoles. Ao fundo o vulcão Vesúvio. É um estratovulcão localizado no Golfo de Nápoles a cerca de 9 km a oeste da cidade. É o único vulcão na Europa continental a ter entrado em erupção nos últimos cem anos, embora atualmente esteja inativo.  O Vesúvio é mais conhecido pela erupção em 79 d.C., que resultou na destruição das cidades romanas de Pompeia e Herculano.

  

Nada é por acaso, e não embarcar no horário combinado só fez com que ganhássemos tempo para conhecer a cidade de Nápoles. Como o próximo barco sairia as 13h10 tínhamos quase duas horas para explorar a cidade e ficamos encantados com tudo o que víamos, principalmente com a Arquitetura. O único desconforto em Nápoles é que sempre nos deparávamos com muito lixo, uma judiação com uma cidade que sobreviveu a guerra, e agora guerreia contra a falta de gestão pública e a crise econômica.

Verão Europeu - Praia em Nápoles - Itália

O mês de julho é o alto verão europeu e as temperaturas costumam ser elevadíssimas, com isto, foi inevitável perguntar ao guia local onde poderíamos tomar o “famoso” sorvete napolitano, aquele de três cores, e para minha  surpresa, nosso guia local nos informou que todos os turistas chegam ali perguntando por este sorvete, mas que a mesma desconhece sua existência e que estava curiosa por ouvir sempre os brasileiros pedirem o tal napolitano. Caímos em uma boa gargalhada ao descobrir que o sorvete napolitano não existe em “Napoli”.

Passeio por “Napoli” a pé, desta forma poderíamos visualizar melhor a arquitetura e juntamente com os napolitanos mergulhar na rotina da cidade. O guia Levi Freire Jr e o grupo de Paraenses em frente ao Castel Nuovo, que também é conhecido como Maschio Angioino
Primeira Parada para fotos é no Castel Nuovo, que também é conhecido como Maschio Angioino, ordenada por Carlos I de Anjou, sua construção teve inicio em 1279 sendo finalizada em 1282, três anos mais tarde. Ficou desabitado até o ano de 1285 quando foi ocupado por Carlos II de Nápoles. Durante o reinado de Roberto I de Nápoles o castelo sofreu ampliação e decoração. Em 1347 foi saqueado e danificado pela armada húngara. Foi restaurado por Joana I de Nápoles. Durante a dinastia aragonesa as estruturas foram renovadas.Afonso V de Aragão mandou construir um grande arco triunfal no pórtico, obra de Francesco Laurana. Depois do saque de Nápoles em 1494 pelos franceses, o castelo deixou de ser residência real e assumiu a função de fortaleza militar, voltando a ser ocupado pela realeza no século XVIII. Atualmente parte do castelo abriga o Museu Cívico que foi inaugurado em 1992.
Levi Freire Jr na Piazza Plebiscito que é a maior e mais famosa praça de Nápoles na Itália. O local abriga construções como a igreja de San Francesco di Paola, o Palazzo Reale, o Palazzo Salerno e o Palazzo della Foresteria


Levi Freire Jr na Galleria Umberto I localizada na Via Toledo, também chamada pelo nome antigo “Via Roma” called), aqui encontramos várias boutiques, lojas, lanchonetes e restaurantes. a sua arquitetura Neoclássica é de impressionar.

A cidade realmente é encantadora, sua arquitetura e história impressionam! Mas já é hora de pegar o barco para Ilha de Capri!

“Napoli, arrivederci! Presto ci troviamo”



"Stroll" through Naples before going to Capri by Levi Freire Jr
Galleria Umberto I In the Via Toledo (also with the old name “Via Roma” called), one of Naples’s longest shopping streets, you find numerous boutiques, a department store, and branches of big chains. Located in this street, which is for the most part a pedestrian area, is also the Galleria Umberto I, which impresses by its neoclassical architecture


Levi Freire Jr at Galleria Umberto I

It is very common to go to Isle of Capri from Rome in those day trips, "bounces back"! I always thought it would be very tiring and exhausting and not worth sacrificing a day in Rome to face 226 km to Naples and there still navigate the Sea ...... On another visit in Rome decided it was time to break this paradigm and put on the road.



My group and I started the journey before sunrise, we needed to reach the city of Naples in the time we take to our boat. We went by bus, but there is also the option of train. After 2h hours we arrived in this beautiful city.

We made a quick stop to take a picture against a backdrop of the Gulf of Naples and "Castel dell'Ovo" which is one of the oldest castles in the city. It was the royal palace until the beginning of the sixteenth century, is located on the islet of Megaride. The origin of its name is linked to an ancient legend in which the Latin poet Virgil, regarded as a magician during the middle ages, had hidden in a secret magic egg that would keep the strength up. If the egg would break the city of Naples would suffer a series of disasters, and the castle come down.




We continue our journey, for the sake of truth, Naples would only get a connection to the Isle of Capri and it went straight to the port where our local guide, a beautiful Italian, Neapolitan legitimately waiting for us and had already booked the tickets boat for 11:20. Although there Hydrofoi options with frequent departures and ferry boarding did not happen because there was a lot of people and organization in the Italian port is not the best.




Nothing is by chance, and not jumping at the agreed time we won only made time to visit the city of Naples. As the next boat would leave the 13.10 had almost two hours to explore the city and were delighted by the architecture and everything we saw, the only discomfort is that in some parts met a lot of garbage, is not to googd with a city that survived the war, and now wars against the lack of public management.



The month of July is high summer and the temperatures are usually high, it was inevitable not to ask the guide where we could take the "famous" Napolitano Ice Cream that with three colors and surpriseeee, our local guide told us that all tourists come here asking for this ice cream, but that it ignores its existence and was always curious to hear the same question of the Brazilians. It was inevitable fall into a good laugh and find that there is Neapolitan ice cream in "Napoli."



"Napoli City - Italy"


First Stop for photos is the Castel Nuovo, which is also known as Maschio Angioino, ordered by Charles I of Anjou, its construction began in 1279 and completed in 1282, three years later. It was uninhabited until the year 1285 when it was occupied by Charles II of Naples. During the reign of Robert I of Naples the castle was enlarged and decorated. In 1347 it was looted and damaged by the Hungarian army. It was restored by Joanna I of Naples. During the Aragonese dynasty structures were renovated. Afonso V of Aragon built a huge triumphal arch in the porch, the work of Francesco Laurana. After the sack of Naples in 1494 by the French, the castle was no longer a royal residence and took the position of military strength, returning to be occupied by royalty in the eighteenth century. Today the castle houses the Civic Museum which opened in 1992.



Another point to visit is the Plebiscite square the largest and most famous square of Naples in Italy. The site houses buildings like the church of San Francesco di Paola, Palazzo Reale, Palazzo Salerno and Palazzo della Foresteria



Very interesting the Galleria Umberto I, is located on Via Toledo, also called by their old name "Via Roma" called), here we find many boutiques, shops, cafes and restaurants. its neoclassical architecture



The city is really charming, impressive architecture and history! But it is time to take the boat to Isle of Capri!


"Napoli, arrivederci! Presto ci troviamo "


quinta-feira, 15 de março de 2012

O Brasil que não é da América Latina

Figura: http://www.ohchr.org/

                                                                                    Por Levi Freire Jr.




Se analisarmos a história das relações internacionais e examinarmos as origens do conceito de "América Latina" iremos perceber que nem os intelectuais e tão pouco os governos hispano-americanos e brasileiros consideravam o Brasil parte da "América Latina".


Ao analisarmos o ensaio de John Leddy Phelan intitulado Pan-Latinism, French Intervention in Mexico (1861-7) and the Genesis of the Idea of Latin America constataremos que o conceito "América Latina" é de origem francesa. A expressão "Amérique latine" era utilizada pelos intelectuais franceses para justificar o imperialismo francês no México sob domínio de Napoleão III. Os franceses argumentavam que existia uma afinidade cultural e linguística, uma unidade entre os povos latinos.


Ainda de acordo com Phelan, a primeira vez que foi usada a expressão "Amérique latine", foi em um artigo de L. M. Tisserand intitulado Situation de la latinité, publicado em janeiro de 1861 na Revue des Races Latines.


É prudente reafirmarmos que nenhum dos políticos, intelectuais e escritores hispano-americanos que primeiro utilizaram a expressão "América Latina", e nem seus equivalentes franceses e espanhóis, incluíam nela o Brasil. "América Latina" era simplesmente outro nome para América Española.


Ainda dentro de um contexto histórico ao lembrarmos os governos brasileiros do Segundo Reinado (1840- 1889) verificaremos que estes não se identificavam com a América Espanhola, Hispanoamérica ou "América Latina", e nem com os inúmeros projetos dos países vizinhos de união interamericana. O Brasil, com sua costa Atlântica imensa, pertencia ao mundo atlântico, e suas principais ligações políticas e econômicas eram com a Grã-Bretanha, enquanto suas ligações culturais eram com a França e, em menor proporção, com Portugal.



Então, quando foi que o Brasil finalmente começou a fazer parte da "América Latina"?


Quando os Estados Unidos, e por extensão a Europa e o restante do mundo, passaram a considerar o Brasil parte integrante de uma região chamada Latin America, começando nos anos 1920 e 1930, mas principalmente durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. E quando, ao mesmo tempo, os governos e intelectuais hispano-americanos passaram a incluir o Brasil no seu conceito de "América Latina.


Atualmente a America latina é composta por 21 países e Ainda por 11 territórios que não são independentes, portanto não podem ser considerados países, mas, ainda assim, latinos. O castelhano ou espanhol é falado por 62% dos latino-americanos, mas apenas 54% o têm como língua materna. É também a única língua oficial de 16 dos 21 países latino-americanos. As cinco exceções são: Brasil (português), Haiti (francês), Porto Rico (duas línguas oficiais: espanhol e inglês), Paraguai (espanhol e guarani) e Peru (espanhol, quéchua e aimara).


Nos dias atuais discussões ainda suscitam dúvidas a cerca se de fato o Brasil é parte da America Latina. Com isto A Comissão Organizadora do 2º Culturas, Linguagens e Interfaces Contemporâneas criou a oportunidade através de uma mesa redonda para debater o tema “O Brasil que não é da América Latina” como evento prévio do CLIC 2012. E para compor a mesa foram convidados o Prof. Dr. Fábio Castro, Raphaela Gonçalves e o Guia de Turismo Levi Freire Jr.


domingo, 11 de março de 2012

Levi Freire Jr em Entrevista ao Pré-Clic 2012 "O Brasil que não é da América Latina"

Levi Freire Jr é guia de turismo internacional há mais de 10 anos e possui grandes experiências em viagens por diversos países da Europa, Estados Unidos e países sulamericanos como Argentina, Chile e Colômbia.
Além de turismólogo, Levi é bacharel em Direito e a sua pretensão é se especializar em direito internacional.
Antecipando o tema do 1º Pré-CLIC ele concedeu uma entrevista exclusiva, em que partiu de suas experiências e também de seus estudos para falar um pouco da América Latina, dando ênfase na relação do Brasil com o continente que, de um modo geral, por vezes parece tão distante da nossa realidade.

Não perca o 1º Pré-CLIC que será na próxima terça (13/03), às 19h na Livraria Saraiva.
  
Por Ana Carolina Almeida
Fotos: Mariana Almeida 


● Ana Carolina Almeida – Por sua experiência de guia turístico e viagens por diversos países da Europa, Estados Unidos e países sulamericanos como Argentina, Chile e Colômbia, há realmente um distanciamento do Brasil em relação aos países latinos que conheces?

● Levi Freire Jr. – Sim, há um total distanciamento O primeiro logo notável é com relação à própria língua. A dificuldade de nós nos comunicarmos com eles. Muitas pessoas dizem que o falar “portunhol” é o mesmo que falar espanhol ou o português, mas não é assim. O que eu vejo é um mútuo desinteresse em ambos realmente tentarem se comunicar entre si.

● Ana Carolina Almeida – Em que o Brasil pode ser considerado latino? E o que ele não pode?

● Levi Freire Jr. – Bem, é uma pergunta complexa, porque a gente precisa resgatar um pouco da história e do contexto em que o rótulo “América Latina” foi cunhado: ele surgiu no século XIX, por volta dos anos de 70, 80 em virtude da invasão francesa no México e para que pudesse determinar até onde iriam seus domínios eles cunharam o termo América Latina; mas de fato o termo só virou uma espécie de sinônimo para “países que estão na américa do sul”.

● Ana Carolina Almeida – É só o Brasil que “não é da América Latina” ou outros países do continente também? Quais e por quê?

● Levi Freire Jr. – Olha, eu penso que existem outros países que não se sentem parte da América Latina. Por exemplo, o México e Porto Rico se sentem muito mais norte-americanos e convivem muito mais com a américa do Norte.
Pensando melhor, ao meu ver nenhum país se SENTE Latino-Americano. Eles sabem que fazem parte de um âmbito territorial, mas no final, a América Latina é uma grande colcha de retalhos que parece que anda junto por que falam a mesma língua, mas que na verdade não se identificam entre si.
Então por ser uma colcha de retalhos, talvez a unificação seja possível de outras maneiras, não tanto para o lado cultural, mas para uma convergência econômica.

● Ana Carolina Almeida – Para você quais são os principais fatores para o Brasil não se considerar “latino americano”? Isso se deve a quê? É algo midiático, político, da população (cultural) ou outra causa?

● Levi Freire Jr. – Inicialmente isto se dá pela língua. Como eu havia dito está é uma questão importante, mas não é de fato única e sozinha. O outro grande ponto é a questão é falta de identificação. Esta também se dá por uma série de subfatores, como a questão cultural, o tipo de colonização, a política individual de cada país e também, a sua economia.
Pensa só comigo, são (salvo o engano) 21 países pertencentes à América Latina, sendo que 16 desses países têm como língua oficial o Espanhol. Agora, veja bem, nós fomos colonizados por portugueses, a nossa identificação, quando a gente olha em nível de América Latina parece que não se encaixa mesmo, por que a nossa raiz histórica foi completamente diferente das deles.
Assim, quando a gente olha para algum país que queremos nos identificar a gente logo se relaciona a Portugal, ou outro país da Europa e até mesmo os Estados Unidos. A gente nunca se identifica com a Argentina, Colômbia ou a Venezuela. Sempre eu vou olhar além.
A questão da chamada língua materna, que é onde a gente tem as raízes culturais desse povo, também é um fator importante. Por mais que pareça que não, a influência das línguas maternas nestes povos ainda é considerável, tornando-os, talvez mais próximos entre si e distantes de nós. Sem contar que a questão da colonização, como já disse é determinante para esta situação, não podemos esquecer, é claro, de citar que além dos portugueses também fomos fortemente colonizados por africanos, então a gente pode até mesmo apontar que nos relacionamos muito mais aproximadamente com a África do que a própria América Latina.
O Brasil tenta se integrar com a América Latina por questões políticas e econômicas e não por questões identitárias e isto não pode ser esquecido, pois é importante para se entender as relações que existem entre os participantes do Mercosul.
Citando a questão da União Europeia, a gente visualiza que se trata de outro histórico. Por diversas vezes o continente europeu foi uma coisa só, foi integrado. Em virtude de um contexto específico (por exemplo, quando Napoleão invadiu a maior parte do continente.), a gente percebe que estes momentos foram determinantes para fazer com que o europeu se sinta europeu, nunca esquecendo que o europeu é europeu E a sua nacionalidade. Ele nunca vai te dizer que é apenas europeu, ele vai dizer que é também italiano, também inglês, também francês.
Dentro desse globo, se a gente for parar para pensar, a Itália é o único país em que se fala italiano, ou seja, essa língua poderia ter sido suprimida, engolida pelos outros países, então a gente conclui que o fazer parte, se denominar como parte de algo é muito mais do que está conectado ou próximo, é criar uma espécie de vínculo identitário, mas sempre preservando a sua identidade nacional e respeitando a outra cultura e o território do outro.
O Brasil não consegue se sentir, na minha opinião, parte da América Latina por uma questão territorial. 40% da América Latina é o Brasil, então você pode entender que o Brasil nem mesmo se conhece e por não se conhecer ele não consegue conhecer seus vizinhos (que são vizinhos pequenininhos, comparando o tamanho do Brasil).
Para Levi a integração entre os países latinos é difícil pois "Cultura é cultura. A identidade vem dela também, então não é possível ela ser agregada sem que se haja perda. E ninguém quer perder a sua identidade."

Ana Carolina Almeida – Em uma conversa anterior, você contou um problema vivido em Buenos Aires e de um possível “recalque” que existe em nossos “hermanos” argentinos em relação a nós. O que significa este recalque? Como isto se dá? E de brasileiros para os outros países latinos? Existe também, se não recalque, algum sentimento parecido?

● Levi Freire Jr. – Quando a gente fala da Argentina, a gente percebe que ela teve a oportunidade de se desenvolver muito culturalmente, transformando Buenos Aires, por exemplo, em um grande centro artístico, arquitetônico e culto na América Latina. Percebemos toda a influência europeia que existe, se considerando a Europa na América. Se a gente observar a gente vai perceber que, de fato o argentino lê muito mais e procura muito mais informações para sua própria educação. 
Com toda essa questão intelectual o argentino acaba se colocando como superior ao brasileiro e até mesmo aos outros países sul-americanos. Quando ele faz isto, ele acaba causando uma reação, muitas vezes generalistas. Se você é tratado mal por um argentino, vai sair da Argentina dizendo que todos os argentinos são grosseiros.
Destaco também, não só o que diz respeito ao intelectual, mas também o cultural. Os argentinos argumentam que sua cultura é mais original que a do brasileiro. Dizem que nós, por causa das variadas manifestações culturais dentro do país, não temos uma cultura original, límpida e nacional.
Mas acredito que o recalque fica bastante dentro da questão econômica. Ainda existe muito aquilo do argentino não aceitar o Brasil com um desenvolvimento econômico maior. Por exemplo, no final do Governo Lula em 2010/2011, o Brasil foi responsável por quase 43% da Balança Comercial da América Latina, contra 7% da Argentina.
Em relação ao Brasil para com outros países eu digo que com certeza também existe recalque. É até interessante se pensar nisso, por que muita gente atribui este ou estes sentimentos ao futebol.
Apesar de ser um fenômeno claro, que acontece nas rixas, o recalque não pode ser atribuído somente ao futebol, por que se fosse assim, seria uma coisa pontual e única.
Hoje, os mesmo problemas econômicos e sociais que o Brasil enfrenta a Argentina também enfrenta. Para você ter uma ideia, da ultima vez que eu estive lá eu entrei no país de ônibus e a primeira visão que você tem é de uma grande favela.

● Ana Carolina Almeida – Qual é a visão de fora que os latinos possuem do Brasil? Algo parecido como "brasileiro cordial" ou algo incomum?

● Levi Freire Jr. – Não é nada de incomum, não. Eu percebo exatamente isso, do brasileiro cordial. O que a gente vê é que esta é ainda a visão do brasileiro no exterior e não só na América Latina, mas também no resto do mundo.
Inclusive a Embratur deixou de ser aquele órgão puramente burocrático, e acabou se tornando uma agência de marketing da visão do Brasil no exterior. Eles fazem campanha pelo mundo com personagens brasileiros de braços abertos, sorrindo e completamente hospitaleiros.
Um outro indício que a gente percebe no quesito da visão que eles tem de nós é quando nós mesmo dizemos que somos brasileiros no exterior, eles perguntam as coisas praxes (futebol, carnaval, samba...) e quando você diz que é brasileiro eles, também, passam a te tratar melhor. Isto quando estamos falando do brasileiro turista, porque quando quem vai a estes países para estudar e/ou trabalhar a forma como é tratado é outra bem diferente. A imagem que o brasileiro tem como profissional no exterior é a do aproveitador e desonesto. Inclusive o jeitinho brasileiro é muito mal visto.

● Ana Carolina Almeida – O que o Brasil pode(ria) aprender com outros países latinos e vice-versa? Seja na cultura, educação, hábitos etc.

● Levi Freire Jr. – Olha, é uma pergunta bem difícil, mas eu penso que uma das coisas que o Brasil poderia aprender com os outros países latino-americanos é a concepção de unidade. Quando eu te digo isso eu não estou falando da unificação dele com os vizinhos e sim de uma auto-unificação e um auto-conhecimento.
É comum se ouvir que existem vários Brasis dentro de um Brasil, isto se dá por que não nos conhecemos.
Podemos dizer que pela dimensão territorial do Brasil isto é difícil de alcançar, no entanto eu acredito que se houvesse um interesse mútuo maior entre os próprios brasileiros, não seria tão impossível assim. A ignorância, ela no sentido de ignorar realmente (não levar em consideração) ainda é muito forte entre nós brasileiros.
Agora o que poderiam aprender conosco?! O nosso bem receber. Somos hospitaleiros e de fato recebemos nossos convidados e visitantes muito bem. Diferente de como somos tratados, por exemplo, na Argentina.

● Ana Carolina Almeida – Mas isto não se dá por que se trata de brasileiro?

● Levi Freire Jr. – Pode ser. Mas infelizmente sempre tive a experiência de ser destratado como Brasileiro. Ainda não pude trocar de nacionalidade para ver se é diferente.

● Ana Carolina Almeida – Você acredita que seria possível uma integração entre os países latino-americanos? De que tipo?

● Levi Freire Jr. – Acho que a integração que podemos ter é econômica. Já é complicado nós brasileiros nos integrarmos devido a diversidade cultural, você imagina termos que dar conta de abranger as outras diversas culturas que existem na América Latina?!
Cultura é cultura. A identidade vem dela também, então não é possível ela ser agregada sem que se haja perda. E ninguém quer perder a sua identidade.

● Ana Carolina Almeida – Estás querendo fazer especialização em Direito Internacional e tens uma grande experiência de vida em vários países, não somente latinos. Em que o Direito Internacional pode ser importante para o Brasil?

● Levi Freire Jr. – Veja bem, com a questão da globalização a gente percebe que não só mercadorias, produtos e serviços passaram a circular de uma forma mais intensa. As pessoas também. Então neste intercâmbio é possível acontecerem atritos.
Tu imaginas: hoje você compra um produto no exterior, amanhã ele dá problema; a quem você vai recorrer? Neste caso são as leis do Brasil que estão valendo ou as leis do país que você comprou o produto? Ou digamos que você tenha tido um problema na imigração e aconteceu uma situação em que você achou que a sua pessoa foi ferida, que o seu direito foi ferido. Que tipo de ajuda você pode pedir para resolver o problema? E quem é que vai julgar o ocorrido?
Então aí que o advogado internacional entra. Ele vem para tentar extinguir ou encaminhar conflitos, sem que a soberania de nenhum dos países seja atingido, compreendendo e fazendo uma mediação entre as leis dos envolvidos.

● Ana Carolina Almeida – Por fim, uma pergunta-provocação: o Brasil é mais distante da América Latina ou da Amazônia?
  
● Levi Freire Jr. – Depende da abrangência da pergunta. Do ponto de vista turístico, os brasileiros ainda preferem visitar o exterior. Por que pensa assim: Sul e Sudeste estão territorialmente mais próximos dos nossos Hermanos, do que de nós aqui no norte. É melhor você passar duas horas em um avião indo para o Chile, a passar quatro para vir para Belém.
Sem contar que o aparato turístico de recepção também conta muito nessa hora. Por exemplo, eu, Pará estou do lado da Colômbia. Só que para eu chegar lá eu preciso pegar um avião para ir para São Paulo para depois ir para a Colômbia.
Talvez outro ponto importante neste meio seja o status de dizer que viajou para o exterior. O poder viajar para Argentina ainda soa mais impressionante que dizer que veio à Belém.
E ainda acontece o seguinte: exótico para o turista europeu e americano é a Amazônia. Mas e para nós que moramos aqui? Para onde a gente vai? O que é o exótico pra gente?
Aí aparece o contrário. A Amazônia está mais perto de quem neste caso? 


● Ana Carolina Almeida – Mas falando de identificação, tu não achas que acontece talvez uma identificação maior dos paulistas com os argentinos, do que dos mesmo paulistas com os nortistas?

● Levi Freire Jr. – Não, eu não acredito que isto aconteça. Eu acredito que na verdade o brasileiro pode não se identificar como latino-americano, mas ele com certeza se identifica como brasileiro. O que acontece é a ignorância mesmo, no sentido de ignorar o que se tem no país somado ao desconhecimento do mesmo.
Quer um exemplo?! Um dia eu estava conversando com uma colega guia de turismo e ela estava indignada por que depois de tanto tempo as pessoas ainda não conheciam o norte do país. Na mesma medida eu perguntei a ela se ela conhecia o Vale do Itajaí. A resposta dela foi “Já ouvi falar”.
Então daí você tira que não é só a ignorância e o desconhecimento do “Brasil” para conosco, mas do Brasil para com ele próprio.


Gostou da entrevista? Clique aqui para vê-la em pdf e, se quiser, salvar (todos os direitos reservados).
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